Tereza Bagatin Oliveira foi uma mulher de mãos abençoadas: sabia cozinhar com carinho, cuidar com afeto e, acima de tudo, ajudar o próximo com uma simplicidade que a todos comovia. Como doméstica e cozinheira de mão cheia, Tereza usava suas habilidades não só para o sustento, mas para transformar vidas com pequenos, mas poderosos, gestos de cuidado. 

Tereza era assim: sem muito entender de terminologias e políticas, ela “ia na assistente social levar casaquinhos para os recém-nascidos das mamães grávidas que precisavam.” Esse gesto simples traduzia uma vocação silenciosa que muitas vezes passava despercebida – uma habilidade nata para o acolhimento, a empatia e o apoio àqueles em situação de vulnerabilidade. 

No sistema burocrático que é o SUAS, ela navegava com a simplicidade de quem deseja incidir e transformar, sem se preocupar com títulos ou diplomas, os mesmos que por falta de oportunidade não pode conquistar. 

Em Poços de Caldas, onde viveu seus últimos anos, Tereza finalizou sua jornada de forma simples, mas rodeada de amor e respeito. Sua presença era um farol de força feminina e generosidade, e seu legado fica como uma inspiração para todos nós. Sua história nos faz refletir sobre como cada pessoa, independentemente de sua escolaridade ou posição, tem o poder de fazer a diferença – às vezes, mais do que imaginam.

Hoje, fundar uma instituição com seu nome é a nossa maneira de garantir que sua memória e seus valores sigam vivos. No coração do SUAS, onde tantos profissionais lutam por justiça e dignidade, o exemplo de Tereza brilha como uma lembrança de que a assistência social precisa de toda a estrutura organizacional e política com a seriedade que merece, mas também é feita com um casaquinho, um abraço e um sorriso sincero. Que sua memória inspire essa instituição sempre.